Como a vida nos ensina!



Como todos vocês devem já estar sabendo, o livro do Ezequiel “Nem tudo é carma, mas tudo é escolha” acabou de ser lançado pela Editora Dufaux. O primeiro lançado por ela foi há um ano atrás (“Perdão, a Chave para a Liberdade”). E pensando sobre isso, eu me flagrei com o seguinte pensameento: “Nossa! Como é a vida!”

Há pouco menos de seis anos, eu passei por um momento de grandes dores emocionais, porque tive de fazer uma escolha muito difícil na minha vida. Eu precisava sair do mercado de trabalho. 

Muitos foram os fatores que me levaram a tomar essa decisão, mas tenho que confessar que dois deles foram preponderantes: o meu desgaste físico e o emocional. Quando eu resolvi definitivamente parar, após uma batalha interior intensa, o meu estado emocional estava em frangalhos. Adivinhem o que se passava na minha cabeça? Que eu estava escolhendo ir de encontro a todos os valores que a sociedade de hoje diz que são importantes para uma mulher e a tornam digna de respeito: sua independência financeira e sua carreira de sucesso. E eu tinha as duas! Sabem, por todo o período em que eu trabalhei, o fiz intensamente, sem tirar férias, quando muito, uns dez dias no máximo por ano.

Naquele momento, os meus amigos e parentes foram contra eu ter uma atitude tão drástica. E eu tinha certeza que a reação deles era por amor a mim, mas, eu não tinha mais condições de continuar.

Meus filhos ainda eram pequenos e eles quase não me viam. Mesmo que eu tentasse dar a eles o melhor que a qualidade de minha presença pudesse lhes conceder, eu me sentia ausente de suas vidas. Também, me sentia assim em relação ao meu marido. Estava desgastada com o tipo de atividade que eu escolhi e que antes amava porque percebia que fazia diferença na vida de alguém, mas que eu, internamente, já não queria mais abraçá-la.

Por isso, quando eu não podia mais sustentar essa situação, parei de trabalhar e... doeu, doeu muito. Foram meses em que fiquei no suspense de me ver arrependida da atitude que tomei. Tentei me adaptar e me vi muito insegura porque estava sendo alvo de inúmeras críticas veladas por muitos conhecidos e desconhecidos à minha volta. Como podemos rotular alguém somente pelo fato dele não estar trabalhando fora?

Por incrível que pareça, eu me sentia muito mais exausta fisicamente depois que parei de trabalhar fora do que antes, quando o meu horário de trabalho era sobrecarregado. Eu “era” “somente” mãe, “somente” filha, “somente” sobrinha e enfermeira, “somente” dona de casa, “somente” esposa, “somente” médium... Entendam que eu coloquei o “era” entre aspas, porque eu realmente abracei as tarefas que a vida foi me solicitando. Eu “era” tudo plenamente, como ainda sou. Mas, o “somente” me foi rotulado pelos outros... e, infelizmente, por mim também que o aceitei. Que pena que levei tanto tempo para perceber que eu deixei que a opinião depreciativa dos outros sobrepujasse a minha visão otimista (que lutava para sobreviver), porque aquela somente deixou de me maltratar quando eu tomei consciência de meu próprio valor.

Uma amiga me disse naquele período: “Você não deixou de trabalhar, você parou de receber pelo trabalho que faz. É diferente!” Se olharmos para o lado, Deus está sempre conosco na figura dos amigos sinceros, dos familiares que nos amam... e daquelas experiências que nos auxiliam a enxergar e trabalhar as nossas dificuldades internas... E eu só tinha que convencer a mim mesma!

Mas, por que eu falei com vocês, lá no início, sobre os livros do Ezequiel? É muito engraçado a gente analisar o passado e ver como a vida trabalha a nosso favor! Foi somente quando eu estava mais segura sobre mim mesma que Ezequiel reapareceu na minha vida e me fez a proposta de escrever mais um livro. A partir daí, percebi que o momento daquela atividade profissional tinha findado e começado um novo momento.

Por isso, gostaria que vocês pudessem olhar para uma circunstância ou o momento desgastante em que vocês estão vivendo e percebessem que ele(a) pode ser somente o início de uma nova etapa. Talvez uma etapa que vocês nem imaginam que irão abraçar, mas que a vida lhes trará os instrumentos necessários para que se sintam aptos para a tarefa.

Eu, desde sempre, sentia que não iria continuar “trabalhando fora” por muito tempo[1], e afirmava isso para os outros, mas quando precisei tomar a decisão de encerrar esse ciclo, não foi fácil. Tive de ultrapassar muitas crenças interiores. Por isso, não temam. Confiem no Pai, confiem na Vida, que as realizações pessoais que abraçamos, em nosso planejamento reencarnatório, acontecerão como devem acontecer.

Se tivermos olhos e ouvidos para a Vida, não construiremos o sofrimento que nos impedirá de nos sentirmos realizados em qualquer atividade abraçada, porque em qualquer uma delas estaremos em consonância ao que a Lei Divina do Trabalho apregoa!





[1] Mas, isso é assunto para um outro post.

6 comentários :

  1. Parabéns excelente artigo, depois de vários ensinamentos recebido na Fraternidade, tenho me dado conta de como é mais fácil permanecer na zona de conforto sem realizar as mudanças necessárias em nossa vida, mesmo que esse conforto seja muito desconfortável! a dificuldade esta em não sabermos ( medo) o que vai ocorrer quando mudarmos, sempre pesamos apenas em consequências negativas, e em todas as vezes que saimos de uma zona de conforto que esta ruim, somos surpriendidos com algo muito melhor em nossas vidas. bjos maria clara

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  2. Adriana, quantos não são os momentos em que nos vemos perdidos dentro de nossas próprias decisões?! Amei o post, ele se aproxima da história de muitas pessoas...

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  3. Que ótima contribuição, Maria Clara! Obrigada

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  4. Artigo para ser lido e relido nas manhãs que as dúvidas da decisão vierem a nos incomodar. Gratidão Adriana por sua entrega...
    Tomar a decisão não é fácil e se manter nesta decisão consegue ser ainda mais complicado. Mas com toda a certeza conseguiremos superar. Um forte abraço querida, Gislaine Batista.

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    1. Obrigada, Gilaine. Que consigamos seguir com essa proposta que nos traz tantas realizações em nossa vida.
      Abraços fraternos.

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