Eu estava conversando com uma amiga e do nada eu lhe disse:
“Su, me dê um tema para eu escrever? Aiai não sei sobre o que falar no blog...”
Então, ela veio com o tema em que estamos discorrendo,
porque ela viu, em uma reportagem, uma menina de sete anos que está postando na
internet, com todas as dificuldades de um lugar em conflito, a sua dor e a sua
vontade de viver em paz.
O engraçado é que esse tema não foge ao teor do novo livro
de Ezequiel “Nem tudo é carma, mas tudo é escolha”.
Por incrível que pareça, pensamos que viver em um país em
guerra seria um carma da coletividade; que aquelas pessoas estão ali para
pagarem por seus erros de outrora, mas não é só isso.
Primeiro, temos que lembrar que quem começa uma guerra o faz
por sua simples escolha. Seja o presidente de uma nação, seja o povo que o
incita, tudo começou por uma escolha. E continua, pela execução de novas
escolhas.
Essas escolhas estão intimamente relacionadas a nossa forma
de enxergar a vida, aos nossos conceitos e preconceitos, às nossas crenças.
Assim, da mesma forma que Deus não programou, no pretérito, as guerras mundiais
e as guerras santas, estas e as que existem ainda hoje são um reflexo da nossa humanidade
ignorante que não aceita as diferenças, que não tolera ser contrariada.
Então, quando a guerra é proclamada, a partir dessa escolha
humana, a Providência Divina agirá para que os reflexos dessa escolha insensata
sejam úteis para os que nela viverem as suas experiências. Daí, começa uma
mistura de carmas e escolhas.
Muitos poderão pedir para vir neste território em conflito
para poderem superar as mazelas que acreditam ser portadores; muitos poderão
vir para enfrentar a si mesmos e superar os seus traumas; muitos que não
necessitam experienciar por muito tempo a dor da guerra, se verão com coragem
para sair daquele território que já foi o seu lar e buscar conforto no
território alheio; muitos se colocarão como voluntários divinos na tarefa de
conscientização e conforto aos que lá já se encontram.
Mas, precisamos entender que a guerra em si não modifica
ninguém. Ela é somente um fato que pode impulsionar uma possível
mudança, positiva ou negativa, segundo a vontade daquele ser humano que nela
vivencia ou vivenciou as suas dores.
Temos visto as duas faces da guerra, as duas formas que o
povo, a ela submetido, reage: uma, em que a busca e a conscientização da paz se
torna meta de vida e, outra, onde a vingança é a aplicação da justiça contra os
seus algozes. Qualquer uma dessas metas pode ser absorvida pelo povo em conflito ou mesmo
por toda a humanidade que, num mundo globalizado, acompanha os terríveis
reflexos da guerra alheia.
Porque ainda existem essas guerras se já passamos por tantos
conflitos que deveriam ter ensinado algo à humanidade? Porque somos pessoas que
tem aprendizados únicos e particulares, e estes nos levam a caminhos únicos e
particulares escolhidos por nós a cada experiência. Lembrando que, hoje, no
patamar evolutivo que temos, poucos são aqueles que são obrigados a reencarnar
compulsoriamente, então, quando ao reencarnarmos, por exemplo, nos colocamos para
vivenciarmos um momento de conflito, temos em nós a vontade de superarmos as
nossas tendências violentas através de uma vivência na violência. Mas, quando
estamos na dor, somente a nós caberá a escolha e a responsabilidade do caminho
a percorrer.
Entendamos que por mais que o nosso planeta esteja no
processo de regeneração, ainda estamos na fase da seleção daqueles que nele
ficarão. Então, muitos de nós estão buscando superar nossos carmas com escolhas
melhores a cada dia. Mas, o que é melhor?! Somente a nós caberá definir.
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