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Durante toda a nossa vida, imaginamos
que não sabemos quem somos.
Eu acredito que sabemos, apesar de
eu me surpreender, em muitos momentos, com algumas posturas ou reações que
tenho frente às inúmeras experiências da minha vida. Se é assim, o que é se
conhecer? É você ter noção do que você é capaz de fazer sem máscaras, sem
tentar se convencer que é alguém que ainda não conquistou em seu ser.
Para aqueles que têm o objetivo
de crescer (e não somente viver esta vida), todo dia é um experimento novo, é
um momento em que estamos atentos (e não obsessivos) para as reflexões que nos
chegam e estas servirão para nos tornarmos melhores dia a dia.
Assim, essas pessoas (incluindo
eu) têm uma visão um pouco mais aberta e reflexiva sobre si mesmas, o que pode
ser bom ou não segundo a nossa capacidade de sermos benevolentes conosco. Se
não formos benevolentes, podemos nos tornar cruéis carrascos de nós mesmos
quando percebermos que não estamos atendendo ao que julgamos ser o melhor para
nós. Poderemos estar cavando um buraco grande o suficiente para nos enterrarmos
depois sem piedade.
Tal atitude nos demonstra que,
apesar de sabermos que nos conhecemos (e isso realmente é um fato), vivemos nos
iludindo, não aceitando o belo progresso que já nos permitimos ter diante dessa
caminhada árdua e espinhosa, mas também fascinante e formidável de nos vermos subindo
os degraus de nossa evolução.
Somente uma ilusão é capaz de nos
trazer desilusões. Sabemos quem somos, mas manipulamos a nossa verdade com os sonhos
de quem gostaríamos de ser, e isso nos entristece quando nos flagramos ainda em
crescimento e não crescidos.
O interessante é que, não podemos
confundir ilusão com a busca de estarmos melhor. Estar melhor é você
colocar em prática aquilo que você quer ser, ou seja, se quero ser mais caridosa,
preciso fazer a caridade, mesmo que ainda seja difícil para mim esse altruísmo.
Me iludir é acreditar que, por fazer alguma caridade, já sou inerentemente caridosa. Mas, por não ser
eu ainda, significa que estou me iludindo e deveria não fazer? Não, significa
que estou me dando a oportunidade de vivenciar esse ser melhor em meu cotidiano
e até me ver caridosa, sem a ilusão de pensar que o egoísmo em mim, por
exemplo, já “morreu”. O flagrar esse algo em mim não é para o meu desespero,
mas para a minha iluminação! “Estou ainda egoísta, mas hoje já consigo dar algo
que tenho, o que não fazia antes”.
Esse é o melhor comportamento de
quem está na busca incessante de seu aprimoramento! Dar-se o crédito pelo que
fez de bom ou pelas tentativas de fazer o seu melhor. Esta é a mais adequada visão
de nossa caminhada. Porque o que conta para nós, verdadeiramente, não deveria
ser o resultado final, mas sim como agimos pelo caminho, o que escolhemos para
atingir esse crescimento. Existe um ditado popular que diz mais ou menos assim:
“se não posso dizer como fiz, então, não deveria nem fazer.” Esse é um dos
inúmeros parâmetros que podemos utilizar como norteador de nossas ações.
A cada noite, deveríamos nos
parabenizar pelas várias etapas vivenciadas naquele dia, mesmo que algumas
delas tenham sido atitudes que já nos arrependemos de tê-las cometido. Com
certeza, elas também nos ensinaram e até nos especializaram na tarefa de
lapidação íntima. Elas, portanto, foram importantes
na nossa existência!
Continuemos em nossa trajetória jamais
esquecendo que sabemos quem somos, e este saber nos ajudará a não nos iludirmos
diante dos nossos sonhos de alcançarmos patamares mais iluminados em nosso
caminhar.
Olá Adriana. Já fiz estes retrocessos, porém não consigo perceber com clareza lo meu aprendizado.A que se deve está falta de clareza?
ResponderExcluirOla Wesley! A resposta certa e imediata será sempre que cada pessoa é uma pessoa e cada uma delas reagirá bem ou não tão bem conforme os seus temores e aprendizados. Engraçada a palavra que você usou neste caso: retrocesso. Não defina o seu processo de busca se si mesmo como retrocesso, mas uma viagem de autoconhecimento. Talvez o problema seja esse: você está buscando em você o que não é positivo e se fixando nisso. Observe o seu interior e verá a sua resposta. Abraços fraternos.
ResponderExcluirAcho complicado dizer que alcançaremos o conhecimento sobre nós mesmos na sua plenitude. Acho que no máximo temos uma noção do que nós somos. Uma vez vi uma frase que o que define a nossa vida material é a morte, o fato de sabermos que o nosso tempo é curto, pois nunca estaremos prontos para alguma situação. É muitas vezes deixamos de aproveitar oportunidades por achar que não estamos prontos. Uma maneira de buscar autoconhecimento talvez seja permitir-se aproveitar as oportunidades mesmo sem achar-se pronto para elas.
ResponderExcluirBem, apesar de eu não ter colocado tão expressamente essa ideia de ganharmos o conhecimento pleno de nós mesmos, eu acredito que, um dia, chegaremos lá. Sei que Perfeito só Deus e, portanto, a perfeição divina jamais alcançaremos, mas, acredito que, para estas criaturas que somos, entenderemos e alcançaremos a perfeição de nosso ser. Abraços fraternos.
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