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Escutamos em um momento ou outro de nossa
vida essa frase e, em outros tantos momentos, somos nós que a falamos, mas o
que isso significa?
Infelizmente, denota a nossa
escravidão voluntária ao comodismo. Sim! Se estamos confortáveis com as
verdades construídas por nós, não moveremos “uma palha” para mudar o que
vivenciamos: nossa rotina, nosso comportamento, nossas posturas... Nada!
Poderíamos perguntar: “Não
mudaríamos mesmo que essas verdades estejam nos fazendo mal?” E a resposta nos surpreenderá:
“Não, não mudaríamos mesmo assim”. Mas, sabem porque escolheríamos continuar
nessa escravidão? Em uma resposta genérica, eu diria que ela (escravidão) nos traz
a segurança de não termos de lidar com o desconhecido que poderia nos fazer
sofrer muito mais.
Acompanhem o meu raciocínio: por que
nos recusamos a fazer mudanças drásticas em nossa rotina diária, em nossas
posturas? Porque acreditamos que temos o controle da situação em que vivemos. Imaginem
que se fizermos qualquer modificação na receita de nosso bolo preferido, a
chance dele “solar” ou ficar ruim é bem razoável. Por isso tememos mudar porque
os ingredientes estranhos em nossa receita poderão fazer com que a nossa vida
tome um direcionamento que não consigamos controlar o seu curso e isso pode
significar um sofrimento “desconhecido”
pior do que os já vivenciados.
Quando nos resguardamos na frase:
“eu sou assim e não vou mudar”, estamos querendo dizer para o mundo (e para nós
mesmos) que estamos no controle de nossa vida e que não damos abertura para
possíveis desvirtuamentos de nossas metas porque não queremos ser surpreendidos
com algo desagradável. E, por isso, não arriscamos vivenciar as surpresas
agradabilíssimas que adviriam dessas possíveis mudanças.
Vejam, portanto, que para nos
pouparmos de sofrer diante do desconhecido, sofremos com os fatos já
conhecidos, ou seja, lutamos para nos manter naquele antigo caminho para não
sofrermos e não percebemos que, há muito, estamos sofrendo por nele caminhar.
Outro ponto é que, dessa forma, também
nos impedimos de escolher caminhos mais dinâmicos, mais atualizados, que nos darão
condições de enxergar a vida ao nosso redor com os olhos de quem quer
acompanhar a crescente mudança e desenvolvimento dos seres e do próprio mundo
que nos rodeia.
Diante disso, sofremos, porque não nos colocamos
maleáveis aos próprios aprendizados que vamos nos proporcionando a cada experiência.
Imaginem-se endurecidos pelas
suas convicções, mas sofrendo diante da realidade que é retratada pelo mundo e
por todos ao seu redor, forçando-se a reconsiderar as suas verdades por não
mais estarem de acordo com o todo. É a vida atuando a nosso favor!
Certo é que nós só afirmamos que
não vamos mudar, porque algo nos exige mudanças. Esse algo, na maioria das vezes,
é a vida nos forçando a analisar os nossos parâmetros do que é certo e errado. Então,
ela se utilizará de pessoas ou circunstâncias que nos farão pensar. A partir
daí, seremos nós mesmos que, inconscientemente, perceberemos a necessidade de
abandonarmos essas verdades para seguirmos em frente.
Apesar do nosso “querer inconsciente”, espernearemos, gritaremos, choraremos, até sentirmos
que a nossa ação defensiva não está sendo mais tão benéfica quanto
imaginávamos. Com as experiências que a vida nos trará, perceberemos que o
sofrimento para sustentar aquelas verdades já não nos parecerá tão aceitável
quanto queríamos acreditar. Daí, daremos vários passos em direção inversa aos
das nossas crenças anteriores, tornando-nos mais suscetíveis às mudanças
pretendidas e mais corajosos para enfrentarmos os possíveis sofrimentos que
tanto tememos e que, por vezes, nem acontecerão.
Por isso, a frase “eu sou assim,
não vou mudar”, é temporária e não reflete quem somos, mas sim quem estamos: já
fomos assim, já deixamos de sê-lo e já nos tornamos outro com capacidade de nos
transformarmos novamente a cada novo aprendizado.
Lutarmos contra as nossas
transformações diárias só nos provoca dores e sofrimentos desnecessários.
Acreditemos em nossa capacidade de lidar com as circunstâncias novas e
aceitemos a atuação da Sabedoria do Grande Criador em nossas vidas que nos
sentiremos em paz neste processo.
Fica aí nossa dica.
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