Vemos grupos
de pessoas brigando entre si sobre questões de ordem psíquica, emocional e
familiar, levando uma boa parte de nossa sociedade a se manifestar de uma forma
descontente, frustrada, irritada.
Existe uma onda,
onde alguns, para não perderem o pequeno espaço que já conquistaram, estão mais
atuantes em defender aquilo que acreditam. Fazem barulho, expõem suas ideias,
chamam a atenção para as suas verdades, criam circunstâncias que escandalizam, trazem
desconforto ou, ao contrário, dão condições de novos entendimentos aos nunca tinham
sido colocados frente àquelas novas concepções. Outros, por serem contrários,
lutam pelas suas convicções e valores, não querendo que essa onda os afogue,
temendo o que não conhecem ou vislumbrando as consequências de adotá-las. Infelizmente,
nenhum dos lados está a salvo das revoltas e indignações produzidas pelas ponderações
trazidas pelo seu oposto.
Tentando
analisar com brandura e raciocínio, venho tentando ouvir e ver o que está
acontecendo ao meu redor, mas admito que estou me sentindo “afogar” vez por
outra.
Influenciando
essa batalha, temos os meios de comunicação, que, infelizmente, trazem as
notícias, espelham em suas novelas, tudo o que está negativo em nosso país:
corrupção, violência, descaso aos valores familiares, etc.
Tudo isso nos faz chegar ao final do dia com a impressão de que nada está bem, mas isso não é verdade!
Tudo isso nos faz chegar ao final do dia com a impressão de que nada está bem, mas isso não é verdade!
Afirmo isso
porque, o que generalizam como se fosse a característica de nosso povo, não nos
resume. O que vemos alguns fazerem tão gravemente, não pode ser espelhado aos
milhões de brasileiros. A maioria de nós se importa com o futuro de nosso país
e usa das armas que tem, como votar com mais consciência e continuar
trabalhando, esperançosa que mudanças aconteçam. Muitos estrangeiros afirmam
não entender como podemos ser tão mansos e pacíficos diante dos últimos
acontecimentos. Eu diria que somos assim (!), talvez “por enquanto”, talvez
“isso nunca mude”, mas digo que é melhor do que pegarmos em armas e resolvermos
pela força e pela violência. Será que reagimos assim por sermos o país que é
considerado o “coração” do mundo, a pátria do evangelho[1]? Saímos
da ditadura militar sem uma guerra civil. Não acham que, em razão de nossa
postura “pacífica”, não recebemos o auxílio divino para que as etapas de nosso
aprendizado surjam? Fica aí a minha suspeita para vocês pensarem.
A decência de
nosso povo não se resume ao samba nem na alegria de viver, mas de sabermos que
somos capazes de, mesmo pobres, devolvermos bolsas de dinheiro perdidas aos
seus verdadeiros donos; de termos ONGs, templos religiosos e trabalhadores
voluntários que se dedicam efetivamente a auxiliar os mais necessitados; de
vermos bons policiais que arriscam, todo dia a sua vida, recebendo um salário
minguado, para fazer o seu trabalho por convicção de que eles podem fazer a
diferença em um país ainda violento; por termos médicos que, mesmo em hospitais
sem condições mínimas de trabalho, ainda se esforçam para salvar vidas e dar
dignidade àqueles que os procuram; de vermos trabalhadores honestos diariamente
superando longas distâncias para serem úteis e merecerem a sua remuneração no
final do mês...
Vocês
poderiam dizer que nem todos são assim ou que “os países mais avançados também
fazem isso”, como se isso fosse desmantelar os meus argumentos. Mas, ao
contrário, só me dá a certeza que estamos no caminho certo. Aqueles que não
fazem têm o exemplo daqueles que fazem para aprender a fazer diferente, essa é
a proposta da lei divina que nos rege.
Como eu
estava dizendo, muitos são os bons exemplos, mas estes não são divulgados. E
por que não? Porque afirmam os meios de comunicação que não é assunto que interessa
ao público. Será mesmo? Quantos de nós já manifestam a insatisfação de deixarmos
entrar em nossos lares o “lixo” produzido por essas programações?
Se não
buscarmos querer enxergar aquilo que está ao nosso redor “com os nossos
próprios olhos” (e não com os da mídia), essa onda que está nos levando de um
lado para o outro, sem boia e sem leme, nos influenciará de tal forma que acabará
com a nossa altoestima, com os nossos valores familiares e morais, com o nosso
orgulho de sermos brasileiros... e aí, o que sobrará?
Hoje, estamos
vivenciando uma verdadeira guerra velada dentro de nossa sociedade. Mas, essa
guerra pode deixar de sê-lo se defendermos os nossos valores sem raiva e indignação,
porque deixaremos de ver quem pensa diferente de nós como inimigo e poderemos
achar um porto seguro, onde todos poderão repousar, não tendo que “aniquilar”
ninguém, mas sim compreender as diferenças pelo diálogo e respeito.
[1]
Xavier, Francisco Cândido. Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho
(pelo Espírito Humberto de Campos).
Excelente texto para a reflexão. Precisamos nos livrar das correntes que nos aprisiona ao ódio, à falta de raciocínio e à manipulação. As pessoas estão muito preocupadas em querer convencer o outro das suas verdades a qualquer custo. E muitas vezes assumimos "verdades" em um momento de fragilidade, sem qualquer raciocínio ou sem fazer qualquer valor de juízo. Se agirmos com desespero, muitas vezes seremos levados ao ódio como solução para o problema. Precisamos entender que a coletividade é que fará a humanidade superar os problemas, e não os "salvadores da pátria" eleitos pela humanidade. A mudança começará por nossos próprios valores. Grande abraço e obrigado por mais esta reflexão.
ResponderExcluirSou eu que agradeço, meu grande amigo!
ExcluirAbraços fraternos.
Excelente reflexão!! Nós realmente devemos compreender que, apesar de termos diferentes opiniões, somos irmãos e temos objetivos em comum, crescer e construir um mundo melhor para todos nós.
ResponderExcluirIsso mesmo, Geane. Esperamos que entendamos isso para que a paz tão cristalina em nosso país possa retornar e ser sentida em nossos corações. Abraços fraternos.
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