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Engraçado como a vida é vista por nós. Ela pode nos incomodar sobremaneira quando vivenciamos os percalços da vida, ou pode ser o precioso diamante que não desejaremos vender jamais apesar dessas
mesmas adversidades.
O que faz com que ela seja assim aos nossos olhos? Penso que a resposta está
exatamente aí: nos nossos “olhos”!
A vida será exatamente aquilo que
enxergarmos, como uma conquista de nosso esforço e entendimento. Poderemos
vê-la como uma benção ou como uma provação intransponível se ainda não compreendemos
que podemos enxergá-la além das próprias provas.
Claro que (podemos pensar), se já
estamos conseguindo ver, apesar dos percalços, que a vida é boa, então,
parece-nos que já não precisamos nos preocupar tanto, que já estamos crescendo.
É verdade, mas pode não ser na proporção que estamos imaginando!
Para que tenhamos a certeza dessa
conquista evolutiva, a vida precisa nos abrir a visão para que não nos iludamos
conosco. Ela nos trará adversidades das mais necessárias, das mais sábias...
aquelas que tocam nas nossas feridas que ainda estão por cicatrizar, para que não as
esqueçamos de tratar e não deixemos de progredir em nossa caminhada, deixando
resquícios para trás.
Explico melhor: se, em razão das
experiências que estou tendo, acredito falsamente na depuração de minha alma,
precisarei “daquela” experiência para que me veja como realmente sou. Então, por
exemplo, percebo que estou muito paciente no meu trabalho. Para tudo o que vivencio
lá, nada está me tirando do sério. Concluo, por consequência, que já compreendi
a preciosidade das relações para com o próximo.
Mas, se essa não é a verdade ainda do meu Ser, a providência divina agirá para que eu possa me curar da miopia a que estou acometida.
Mas, se essa não é a verdade ainda do meu Ser, a providência divina agirá para que eu possa me curar da miopia a que estou acometida.
Pelo curso do rio de nossa existência,
seremos levados a vivenciar experiências que ainda não compreendemos, não suportamos
enfrentá-las, para que percebamos que algumas situações do cotidiano não mais nos
tirarão do sério, porém, ainda há muito a ser aprendido.
As dificuldades, os acontecimentos desagradáveis são instrumentos
maravilhosos de nossa lapidação interior, se, claro, desejarmos enxergá-las
como tal. Somente quando começamos a entender a presença constante de Deus em
tudo o que vivemos, em tudo o que está ao nosso redor, começaremos (só começaremos!)
a não mais nos revoltarmos com tais experiências.
O normal é, quando nos vemos
diante de algo que tememos, reagimos. E nossa reação imediata será com base no
que realmente somos. Não há como ser diferente. No entanto, a partir desta
reação instantânea, poderemos nos frear, raciocinar e não desejar seguir agindo
com as mazelas do passado. Aí está o “espelho” que reflete quem somos. Estão aí
os “óculos” que nos auxiliam a enxergar a nossa construção íntima, apesar da
miopia que nos compromete a visão.
Da mesma forma que a criança não
compreende o quanto é importante a vacinação para o seu futuro e suplica para
os seus pais que não a deixem passar por aquele sofrimento, nós também agimos
assim diante da agulha da experiência dolorosa, suplicando ao Pai que nos afaste
daquele cálice. Mas, ao crescer, aquela criança percebe o amor maior de seus
pais por ela, porque compreende o que seria de sua vida sem a imunidade que a
vacina lhe trouxe. É assim que percebemos o amor maior de
Deus por nós, porque compreendemos o que seria de nossa existência vivenciando
e colhendo o que a nossa ignorância moral planta a cada experiência.
Por isso, não deixemos de
valorizar quaisquer circunstâncias que nos chegam, porque estarão elas eivadas
da sabedoria divina a nos ensinar o que precisamos deixar para trás e alimentar
o que realmente importa para a nossa vivência nos patamares mais altos de nossa
escala evolutiva.
Em um determinado momento, quando pensamos no todo, ou seja tudo aquilo que ainda precisamos aprender, e pelas situações difíceis que provavelmente passaremos, dá um desespero enorme. Então é melhor viver um dia de cada vez, e nos preocuparmos com o futuro quando ele acontecer, e se acontecer. Se formos querer abraçar tudo, não sairemos do lugar. A vida é um enorme paradoxo entre as tribulações que vem para o nosso crescimento, e a busca da paz que temos que praticar o tempo todo para encontrar o nosso equilíbrio. Vamos em frente. Abraços.
ResponderExcluirÉ isso mesmo, Henderson. Não podemos esquecer que cada um é um e isso fará com que cada um tenha a sua fórmula de melhor enfrentar as dificuldades. Que cada um ache a sua resposta e a coloque em prática para um melhor aperfeiçoamento de si mesmo. O resultado será somente o melhor para todos nós. Abraços.
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