Sabemos a que viemos?


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O que nos faz acordar toda manhã e levantar de nossa cama? Bem, a minha resposta é simples: sou eu acreditar que, apesar de todas as dificuldades com as quais nos deparamos, não estamos sós e que Deus nos protege.
Sei que nem todos pensam como eu, e que muitos somente levantam da cama porque simplesmente acordaram e está na hora de levantar! Vivem a vida como ela se mostra frente aos seus olhos, não percebendo, tampouco valorizando, as inúmeras oportunidades de crescimento que a vida lhes proporciona e que ela tem um propósito muito maior do que enriquecermos e saciarmos a nossa fome dos prazeres mundanos.
Por isso, quando as dificuldades se apresentam, essa gleba de seres que está vivendo os seus dias sem vivenciar profundamente as suas experiências não consegue compreender a essência de sua estadia neste planeta e sente-se transbordar de indignação por enxergar-se vítima de uma sociedade preconceituosa, violenta e corrupta (e não estou falando somente do Brasil), esquecendo que tudo o que enxergamos no outro está em nós e que a sociedade em que vivemos foi escolhida por nós para construirmos, intimamente, uma conscientização intelectual, moral e ética. Essa é a Lei, a Lei do Pai.
É preciso não esquecer que, se me vejo incluída nesta sociedade, é porque tenho muito a aprender nela com as posturas certas daqueles que me cercam, mas também com as equivocadas, pois, com estas últimas terei a oportunidade de me ver surpreendida agindo, na maioria das vezes, com a mesma postura daqueles que eu critico. A partir daí me darei a chance de superar e modificar aquilo que eu já percebo estar equivocado em mim. 
Estamos tentando encontrar o equilíbrio dos nossos valores, porque, mesmo não agindo conscientemente, estamos numa jornada para entendermos o que é o melhor para o nosso Ser. Essa afirmativa me faz pensar: se antes um determinado comportamento moralmente positivo já foi bastante valorizado por mim, por que deixei de agir nele? Eu retroagi ou eu usava uma máscara? Claro que eu posso ter agido uma boa parte de minha vida tendo um bom comportamento por ter “aprendido” que ele era o melhor a ser seguido, mas, depois, por mudanças drásticas, eu ter me desvirtuado do caminho antes escolhido. Isso se dá, porque aquele comportamento, em seus conceitos mais sutis, ainda não estava bem enraizado em mim e, em decorrência de algumas novas experiências, fiz a escolha de abandoná-lo e seguir com uma nova postura.
Para esclarecer o que estou dizendo, trago um exemplo simples: uma pessoa que sempre defendeu a extinção da pena de morte, muda de opinião quando um filho seu é morto drasticamente por um assaltante que o matou porque demorou para lhe dar o seu tênis. Então, o que ela pregava antes não era sincero? Claro que era! Mas, a partir do momento em que foi provocada nela uma dor intensa, quando somos realmente testados pela vida, agiremos segundo os verdadeiros valores que portamos e, diante deles, podemos fazer novas escolhas. Ela poderia tentar superar o sentimento da vingança e continuar na sua luta que antes ela achava ser essencial a qualquer ser humano, mas, a sua dor, o seu eu interno que ela tentava aprimorar, falou mais alto.
Quando não estamos convictos de nossas verdades, qualquer dor, qualquer argumento mais frágil pode nos convencer que o melhor para atingir os nossos novos objetivos são os caminhos mais fáceis ou torpes e, como sabemos, estes nunca estarão em sintonia com os da caridade, da solidariedade, da fraternidade, da honestidade!
Ainda, temos de ser realistas e aceitar que somos impulsionados pela meta de vivermos na felicidade! Mas, o que me faz ser feliz? Essa é uma resposta muito pessoal, e que, para muitos de nós, está relacionada ao momento presente. Queremos ser felizes hoje.
As propagandas que vemos em todos os lugares são baseadas nesta premissa. Somos convencidos que se tivermos isso ou aquilo, a felicidade se dará instantaneamente, o que nos move a lutar para conseguirmos essas coisas. Assim, começamos a percorrer caminhos ilusórios para alcançarmos uma felicidade ilusória no mundo daqueles que nos fazem acreditar que “Ter” é melhor do que “Ser”.
Como ainda não sabemos quem somo
s, fica muito fácil nos convencermos de que a nossa medida é calculada em cima do que temos e, se assim é, os meios poderão justificar os fins almejados. Daí vem o desvirtuamento de nossa moralidade ainda não aprimorada.
Que consigamos acordar todos os dias e entender para que estamos aqui, conseguindo angariar os verdadeiros tesouros do mundo maior que nos acompanharão para onde formos e nos darão maturidade para nos superarmos dia a dia.

2 comentários :

  1. Ótima reflexão. Realmente hoje somos impulsionados pela meta da busca da felicidade, que muda a cada momento. O difícil muitas vezes é determinar o que é essa felicidade de forma clara. Talvez o melhor seja valorizarmos cada momento feliz de nossas vidas.

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  2. É verdade, Henderson. E tudo ficará mais fácil se simplificarmos o que temos como parâmetro do que nos faz feliz.
    Abraços fraternos.

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