Quero deixar muito claro que, neste artigo, não estou professando a supremacia do espiritismo ante as outras religiões ou filosofias, mas sim, falando sobre essa doutrina com carinho e raciocínio.
Então,
vejamos...
Engraçado, como é a vida! Muitos
de nós buscamos no espiritismo o consolo, a paz, o entendimento sobre o que nos
incomoda nesta vida tão simples, mas que complicamos sobremaneira pela nossa
ausência de compreensão das verdades divinas.
Quando nos deparamos com a
aplicação de tais verdades, ela pode nos fazer temer e nos confundir porque
ainda não entendemos que o que, para muitos de nós, pode ser visto como ruim, é
o remédio amargo, mas necessário para nossa compreensão e crescimento.
Assim, absorvendo esses
conceitos, eles nos permitem trilhar caminhos tortuosos com mais leveza e
amparo, fazendo-nos progredir intimamente e não chorar no desespero de nossas
adversidades. Eu não sei quanto a vocês, mas o espiritismo faz isso comigo. Ele
me elucida, me consola, me faz ter a certeza da grandeza divina. Então, apesar
de tantas bênçãos, por que vejo entre aqueles que abraçam a doutrina espírita
uma dificuldade em aceitarem-se nessa sua escolha?
Muitos demoram, sobremaneira, para
confessar aos outros o seu ingresso no espiritismo. E não pensem que eu estou
mencionando somente os frequentadores de casas espíritas, estou falando também daqueles que
são os trabalhadores delas. Eles têm medo de confessar aos outros que viram
coerência e consolo nesta doutrina de amor. Será que eles têm medo de fundarem nela
as suas convicções?
Uma vez, eu pedi que fosse
compartilhado, entre os amigos, um artigo que a Casa Espírita que eu frequento
estava postando e fui surpreendida com alguns me dando essa resposta: “Olha, eu
não me sinto à vontade de postar isso, porque em meu grupo [do Facebook] tenho
muitos amigos evangélicos que não sabem que eu sou espírita”.
Eu não estou aqui para julgar
ninguém, porque somente nós sabemos o que vivemos e com quem vivemos, mas como
a minha proposta é fazer a gente pensar sobre nossas condutas e posturas, fico
me perguntando se essas pessoas que vivem nesse desconforto conseguem entender verdadeiramente
o nível da sua escolha.
Claro que, se a pessoa ingressou
no espiritismo, significa que ela não nasceu em seu seio e, portanto, veio de
outra religião ou era ateu. Sabemos que, até muito pouco tempo, o espiritismo era
a religião dos endemoniados, dos macumbeiros e, duvido que ninguém tenha
ouvido, ainda hoje, uma vez sequer, pelo menos, uma opinião preconceituosa
sobre ele. Talvez, esse mesmo indivíduo que ingressou tenha sido um dos que,
pela sua ignorância quanto à doutrina, tenha falado mal dela também. Mas, os
tempos podem ser outros, pelo menos para esse trabalhador.
A quem devemos satisfação de
nossa vida? Se não lutarmos intimamente pelo que acreditamos, jamais serviremos
como exemplo de um espírita coerente e tais ideias equivocadas jamais serão
extirpadas da mente alheia, porque elas estarão em nossa mente também. Isso nos
traz sofrimento e precisamos parar de sofrer.
Todos temos o direito de
acreditar naquilo que nos faz bem. E se ainda sofremos pela opinião alheia
contrária, temos de buscar, dentro de nós, o que nos faz continuar nesta Seara.
Ajuda muito para a superação dessas dificuldades nos dedicarmos ao estudo da
doutrina e de nós mesmos. Não é isso que o Evangélico, o Batista, o
Presbiteriano, o Católico, o Budista... fazem? Eles acreditam e abraçam as suas
verdades que os complementa e os fazem felizes. Por isso, dêmo-nos a chance de
sermos feliz e que vivamos em paz também.
Desejo que todos que estejam
vivenciando essa dificuldade possam abraçar a sua escolha com fé para que
sirvam de exemplos coerentes e, como bons trabalhadores, levem a sua certeza a
todos que buscam no espiritismo uma vida com sentido.
Passei muito tempo com essa dúvida, porém não por duvidar do espiritismo, mas por achar que eu não era médium, ou incapaz de trabalhar mediunicamente. No espiritismo achei grande parte das respostas que eu queria para a minha vida, mas não me via como trabalhador, pois achava que sempre teria que fazê-lo com o fenômeno (ver, ouvir, etc), e depois de muito tempo vi que essa não era a minha proposta. Hoje percebo a beleza de uma simples intuição quando sou capaz de perceber, e o quanto o uso bem empregado dela pode fazer muitas coisas boas. Sigo ainda com muitas dúvidas, mas com muito mais certeza de que o espiritismo hoje é o caminho que tenho a seguir.
ResponderExcluirQue fantástico, HSDourado!
ExcluirComo é bom a gente se enxergar e valorizar o que temos de melhor em nossa tarefa mediúnica. Que bom que você não se deixou desanimar, naquela época, diante de sua falta de visão daquilo que o fazia "especial" para si mesmo. Continue assim que a tarefa nos é cara e as nossas ações nela são por demais preciosas. Repetindo, o que uma grande amiga sempre nos fala: "E, Vamos que vamos"... com Jesus no coração!
Quem abraça o Espiritismo tem dificuldades em aceitarem-se nessa escolha?
ResponderExcluirJá vivi este desconforto por determinado período, por ter vindo de outra religião e por ter trazido comigo os (pré) conceitos a respeito do Espiritismo, não só daquela religião como também as do meu circulo de vivencia como um todo e também por algumas dificuladades que identifiquei como minhas no texto. Hoje sinto-me bem, ainda com minhas dificuldades em entender as verdades divinas, mas sem os temores do inicio da minha caminhada no Espiritismo. Agradeço pelo post, pelo alerta, esclarecimento e principalmente pelo incentivo para eu acreditar mais nessa minha escolha e pelo entendimento que tenho, do que representa para mim neste momento em minha vida.
Que bom, Argeu, que você pôde se dar essa oportunidade de conhecer a si mesmo. O grande ponto é não desanimarmos, porque temos dificuldades de todas as ordens, mas aquelas que flagramos podem ser trabalhadas e por fim buriladas para uma paz interior mais sentida.
ExcluirAbraços.
Adriana excelente matéria.
ResponderExcluirRealmente na minha geração sofremos muito mas muito preconceito mesmo; E fui descriminado em várias vezes.
Sendo a única a que me deu as explicações, eu me mantenho nela por confiança, credibilidade, satisfação dentre outras.
Hoje percebo que quando falamos à alguém que si é kardecista, somos bem visto como pessoas de boa índole, as que se propõem fazer reformas íntimas, de ter bons princípios , colaborador, correto, ético dentre outras virtudes boas. Mas, ainda percebo que quando falamos de ser espírita!!!!... ainda assustam as pessoas. Mas não me importo. Falta de conhecimento do outro; Se este me der abertura, transfiro o que conheço e ouço também, se não,.... fico na minha.
O seu texto me chamou a atenção que realmente preciso ser +fiel e confiante sem medo (minha Doutrina- Espirita Kardecista) com muito orgulho.
Obrigado.
Adorei a sua análise e a sua coragem de admitir as suas próprias dificuldades, Wesley. Continuemos na nossa tarefa de crescer intimamente como bons trabalhadores de Jesus. Abraços fraternos.
ExcluirNo meu caso já tinha um respeito pela doutrina espírita porque desde muito nova via a atuação do meu pai numa casa espírita. Sou de uma família com base na religião católica, eu por exemplo frequentava as missas no domingo, mas, sempre faltava uma explicação sobre a vida, algumas coisas não faziam sentido e como eu ia sempre pelo lado do raciocínio, por vezes, as respostas que tinha resumiam-se na frase: "porque Deus quis assim".
ResponderExcluirNo início quando comecei a frequentar a casa espirita ainda não me sentia tão a vontade de dizer que sigo a doutrina espírita, mas, hoje estudando mais e sabendo da responsabilidade que preciso ter na minha conduta/moral, nos trabalhos mediūnicos, não escondo de ninguém e me sinto super a vontade pra dizer o por quê da escolha. No espiritismo encontrei muitas respostas para o entendimento da vida e hoje vejo que estes entendimentos me fazem ver a vida com alegria (mesmo nas dificuldades), com o pé no chão de quem eu sou (e o que preciso melhorar), compreendendo mais o outro (ou procurando entender melhor). Respeito às escolhas de cada um, respeito todo o ensinamento que tive na igreja católica e até hoje frequento, por exemplo, a Romaria em homenagem a Nossa Senhora da Penha/vou ao Convento, que para muitos podem gerar dúvidas sobre qual doutrina/religião realmente sigo, mas, são ações realizadas com as verdades que aprendi na doutrina espírita e que sigo com todo o amor e respeito.
Eu só tenho a agradecer por ter e ver no espiritismo a luz que nos leva ao Pai, com base na ciência/fé/consolação.
Sigo a doutrina espirita sim e sigo estudando cada vez mais.
Franciane Lima
Que lindo depoimento, Franciane. E não há como duvidar de suas crenças, se faz tudo isso com o significado de se tornar sempre melhor. Abracos fraternos.
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