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Vocês podem
pensar que este artigo é somente para quem é pai ou mãe, mas não, este texto
serve para todos os pais, mães e filhos que vivem com eles, por força da idade ou das circunstâncias.
Existem duas realidades
(ou mais), no tocante aos genitores.
Falando um
pouco sobre a primeira realidade, hoje em dia, muitos jovens estão se tornando pais
e mães, com pouca idade e sem planejamento. Em face de sua imaturidade, eles
acabam sendo substituídos gradativamente pelos próprios pais em relação aos seus filhos.
Como enxergar
sua verdadeira função se não há independência para agir com a sua prole? Se esses
pais não podem abraçar o seu papel e enfrentar a realidade que escolheram para
si? E o que é ainda pior é que, como seus filhos serão educados pelos seus pais,
muitos desses adolescentes serão vistos e agirão muito mais na função de irmãos
do que propriamente genitores. Sem querer, aceitarão o papel mais fácil e não
abraçarão aquilo que se tornaram quando geraram aquela criança.
A segunda
realidade é aquela em que o casal faz um planejamento responsável para a vinda
de seu filho, porém, mesmo estando conscientes do que desejam, esses pais não
têm noção da responsabilidade que é ter um filho e percebem, com a sua chegada,
o quanto é maravilhoso tê-lo, mas também o quanto este exige a sua atenção e
devoção. Nada aquém do que eles desejam lhe dar, mas muito além do que
imaginavam vivenciar.
O ponto é
que, na maioria das vezes, estes pais estão vivenciando a sua fase de crescimento
profissional, se firmando no mercado de trabalho e esse momento é crucial, de muito esforço e dedicação
também.
Como agir,
então, diante de tantas exigências? Como saber a quem atender primeiro? Como
conciliar os diversos ramos de sua vida? Como entender quem está sendo neste
momento? Não é fácil! Principalmente porque, se é isso que estamos vivendo,
significa que não achamos ainda a nossa resposta.
É uma
sensação de que, para qualquer um dos lados que você vá, seja a paternidade ou
o profissional, o outro estará exigindo de
você a mesma dedicação, ou até mais, porque tudo acontece ao mesmo tempo e nada
pode parar esperando que você se adeque a esta nova situação.
Para qualquer
um dos casos que mencionamos, se não houver uma mudança de pensamento e
comportamento dos pais, os únicos sentimentos que existirão em seus corações serão
os de inadequação, frustração e incompetência. E, infelizmente, não estamos
mencionando somente os primeiros anos de paternidade. A cada nova fase haverá
uma nova circunstância para nos adequarmos.
Para que cada
um de nós possa passar por esse “caos”, é necessário que entendamos quem somos,
porque, se não percebermos “o que” estamos exigindo de nós, não sustentaremos
nenhuma dessas metas que queremos vivenciar. E devemos admitir que esse
processo é trabalhoso, mas não impossível!
Num exemplo
muito singelo, precisamos agir como a criança que brinca com os amigos de
várias coisas ao mesmo tempo, mas que está feliz e plena em todas elas.
Precisamos vivenciar cada circunstância que faz parte de nosso cotidiano com a
felicidade de poder tê-la (conquista) e realizá-la (competência) naquele
momento, sem peso, sem exigência e dando o nosso melhor.
Vocês podem
estar pensando, entretanto, que as exigências vêm de fora. Sim, vêm sim. Mas,
cristalino é que, se não estivermos conscientes de nossa capacitação, de qual é
a nossa verdadeira função, de que a nossa vida está um “caos” que vem amparado
pela sabedoria divina... não aguentaremos a nossa consciência recriminadora.
Então,
enquanto estamos no trabalho, nossa atenção está nele e em todas as
turbulências e realizações que ele nos traz. Em casa, nos fixaremos nos filhos,
no marido ou esposa, nas alegrias de estarmos juntos e nas preocupações rotineiras
do lar. Mas, se, em algum momento, tudo se confundir, que possamos atender ao
mais urgente, não com a sensação de que é um problema, mas com a certeza de que
somos capazes de achar a solução para aquele imprevisto.
Todo pai e
toda mãe buscam orientar os seus filhos e fazê-los felizes. Mas, antes
de sermos pais e mães, somos pessoas comuns, com muitos defeitos e qualidades e
tentando ultrapassar todas as dificuldades para atingirmos esse e outros tantos
sonhos.
Assim, que esses
filhos de Deus, que abraçam essa função divina de recepcionar os seus irmãos em
Cristo, possam ser amorosos e condescendentes com eles mesmos, aceitando que
nem sempre conseguirão abraçar todas as situações, mas fazendo sempre o seu
melhor para atingir os seus objetivos.
Neste
momento, o nosso Eu será encontrado.
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