Semana passada, falei sobre a (in)civilidade que estamos
vivendo hoje, nos colocando em dúvida sobre o nosso crescimento espiritual.
Essa semana, morando no estado do Espírito Santo, eu não
posso deixar de falar sobre a sensação de insegurança que estamos vivendo,
sobre a luta incessante para que o nosso coração não caia na teia da revolta
contra aqueles que estão infringindo as leis, contra os policiais, contra os
políticos...
Em todos os momentos que escrevo para vocês, o meu conselho
sempre foi termos calma em momentos de crise, termos fé em momentos de dor,
termos discernimento em momentos de caos, mas, agora, mais do que nunca, posso
dizer para vocês que, se não tivermos nada disso, não vivemos.
Minha família está há cinco dias sem sair de casa. Não
saímos para nada porque é a orientação que estamos tendo da sociedade, da
televisão, dos parentes e amigos. Não saímos de casa para não darmos “sorte” ao
“azar”.
Mas, tenho que dizer a todos vocês que a paz em nossos corações
ainda não foi retirada. Ficamos tristes com tantas coisas que estamos vendo,
ficamos apreensivos de sair e não voltarmos, mas, ainda temos a esperança de
que algo acontecerá no coração dos nossos governantes, dos policiais, dos
infratores e que tudo isso ficará para trás.
O que mais me impressiona nessa experiência toda, não são os
infratores confessos agirem por não termos ativa a ação policial, mas sim os
homens e mulheres ditos “de bem” se deixarem levar pela oportunidade e também
infringirem a lei!
Homens e mulheres que jamais tinham praticado um delito e
que, pela oportunidade criada, entraram nas lojas e furtaram produtos e bens
que não lhes pertenciam! Vimos pais, mães e filhos, crianças mesmo, levando o
saque como resultado do mal exemplo e de suas escolhas equivocadas. Que exemplo
esses pais estão dando? Como poderão, mais tarde, exigir de seus filhos um
comportamento adequado ou o respeito de que necessitarão no futuro?
Então, fiquei me perguntando sobre essa expressão “homens de
bem”. No meu texto anterior, eu disse que não regredimos e continuo acreditando
nisso. Então, quem agiu da forma que agiu, só não agia antes por falta de
oportunidade que agora se abriu para eles. Qual a diferença então entre eles e
os infratores confessos? Talvez, aqueles ainda não tenham se apercebido nesta
condição.
Vi em uma charge que dois indivíduos estavam com os objetos
furtados na mão e, em uma conversa amigável com um terceiro, afirmavam que os
bandidos estavam sem freios, que era para mandar bala na “bandidagem”.
Infelizmente, acredito que essa seja uma realidade para muitos. Enquanto não
percebermos que não estamos agindo diferente daqueles que criticamos, nada
mudará. A mudança tem que acontecer em nós.
Rezo para que muitas pessoas, em um futuro não muito longe,
se apercebam de suas ações e, em uma análise pessoal, busquem se redimir
perante si mesmas por terem agido no equívoco daquilo que consideram ser certo.
A nossa conscientização somente se dá assim: nos flagrarmos, voluntariamente ou
não, das ações equivocadas que cometemos. Voluntariamente, quando nos
permitimos, internamente, analisar as nossas ações e nos conscientizarmos do
nosso equívoco, aprendendo pouco a pouco. Involuntariamente, quando vivenciamos
os efeitos de nossas ações (sermos descobertos) que nos levam a nos envergonhar
de nossos atos e desejarmos mudanças efetivas em nosso Ser.
Para cada um, a vida nos trará, como consequência de nossas
ações, as experiências mais úteis e necessárias para o nosso crescer.
Por isso, confio!
Confio também...E estamos vivendo um grande exercício de fé. Tenho fé, mas, hoje após dias meu coração deu um indício de cansaço, deixei vir o choro preso, mas, fui amparada pela espíritualidade amiga mostrando que não podemos deixar levar por esta situação é se estamos presenciando tudo isso algo vamos aprender e ter que fazer também. Sei que é difícil não se envolver com tantas notícias ruins, mas, tenho que fazer a minha parte é principalmente não ter pensamentos negativos (quando vem estou tentando distância lo com músicas que harmonizam). Que Deus nos abençoe. Abraços, Adri.
ResponderExcluirEsqueci de me identificar acima: Franciane (RS) bjbj
ExcluirOlá Fran, que saudades!
ExcluirCom certeza, estamos em pleno aprendizado para compreendermos a essência do ser humano, a essência do nosso ser, porque é na adversidade que flagramos quem realmente somos... ante os pensamentos e ações que nos afligem, nos escandalizam.
Força e Fé, amiga!