Nossos pensamentos reflexos


Neste texto, tentei focar o assunto somente em nossos pensamentos, não comentando sobre os pensamentos que temos por influências externas, sejam elas materiais ou espirituais. Prometo que estes serão objeto de comentários em outro post futuramente.


Quantos de nós buscamos analisar os tipos de pensamento que temos?

Quantos pensamentos nos escandalizam e nos fazem querer mudar o seu direcionamento?

Quantos vezes não percebemos que estamos sendo levados maquinalmente por nossos pensamentos e nos arrependemos depois?

Essa postura de buscar o que há em nosso íntimo nos informa o quanto estamos atentos às nossas próprias necessidades, o quanto estamos nos importando com as construções internas que nos motivam no nosso dia a dia. Como resultado dessas construções íntimas, remeteremos para o exterior o que acreditamos ser o correto e fazemos isso sob a forma de ações concretas. 

Eu estava psicografando com Ezequiel o seu mais novo livro e em uma passagem eu aprendi que, face ao “véu do esquecimento” a que todos estamos submetidos em nossas vivências, poderíamos acreditar que não teríamos como mudar a nossa postura por não sabermos o que a originou. Porém, Deus, em sua Magnânima Sabedoria, nos possibilitou conhecermos o nosso Eu a cada momento, através de nossos pensamentos. Estes foram denominados por Ezequiel de “pensamentos reflexos”. 

Eu fiquei pensando o que poderia significar isso e ele explicou que é aquele primeiro pensamento que temos após vivenciarmos uma circunstância ou situação corriqueira na vida. Ou seja, é aquele pensamento que nos desmascara; que nos mostra quem ainda “estamos”; aquele que não tem máscaras construídas pelo nosso convívio social, pela educação que recebemos de nossos pais. Este pensamento não sofre influência imediata, este pensamento é nosso!

Diante dessa verdade descortinada, descobrimos que não há como escondermos de nós aquilo que ainda temos enraizado em nossas emoções, em nosso íntimo. 

Nesse livro, Ezequiel explica o que significava os nossos outros pensamentos que vêm depois desses primeiros: “são aqueles que nos demonstram quem nós queremos nos tornar”. Isso significa que com eles nós podemos nos corrigir se aquele primeiro pensamento nos escandaliza; podemos nos lapidar com as verdades que estamos abraçando agora e que as achamos mais corretas, mas que, ainda, não as conseguimos incorporar no nosso âmago; podemos reforçar o que pensamos primeiramente e servir de embasamento para a construção daquela ideia.

Para facilitar o entendimento, deixo aqui um exemplo que pode trazer uma certa revolta e já peço desculpas por isso: nós podemos viver a vida inteira criticando aquele que age com vingança e violência, mas não percebermos que os nossos pensamentos reflexos mostram que também “estamos” violentos e vingativos e que ainda há um percurso longo para retirar de nós as verdades do passado que estão imantadas em nosso íntimo. 

Se assim é, estamos sendo hipócritas? Não, não é esse o caso. O que realmente acontece é que, essa violência e vingança já nos escandalizam, já não são por nós agradáveis no conceito comum, mas que, em situações únicas, podem nos levar a querer voltar a agir assim. Por exemplo, se nos perguntarem se mataríamos alguém, diríamos “Não, com certeza!”. Mas, se alguém viesse a estuprar e matar uma filha de nosso coração, teríamos a mesma resposta? Poderíamos não agir com violência e vingança, mas será que os nossos pensamentos reflexos não demonstrariam o que realmente gostaríamos de fazer? Essa é a “janela de nossa alma” aberta para o nosso entendimento. 

É como a criança que, quando o professor pede para ela somar dois mais dois, ela precisa contar nos dedos para achar o resultado. Quando ela entende o mecanismo da soma, ela ultrapassa essa fase e sabe que o resultado é quatro. Antes, ela tateava para aplicar a explicação dada e, depois, ela a compreende e a incorpora em seu ser.  

Com essa visão ampla de quem “estamos” hoje, podemos entender porque, tendo tanta certeza do que é certo, ainda nos flagramos pensando e agindo retrogradamente. 

Hoje, cada um de nós ainda está lutando para ultrapassar aquelas verdades do passado que já não se sustentam em razão das conquistas morais e intelectuais adquiridas por todos nós pouco a pouco. 
O maravilhoso é que, segundo o conceito de Ezequiel, se conseguimos nos flagrar tentando “consertar” o primeiro pensamento com os posteriores, então, significa que, já atingimos um patamar de desejarmos abandonar o quanto antes as verdades que já não nos satisfazem mais e nos tornarmos pessoas melhores para um futuro melhor.

2 comentários :

  1. Mais um aprendizado dos nossos amigos...o "pensamento reflexo", e sabem...eu já comecei treinando flagrar o meu pensamento reflexo e o que vem depois dele. E estou descobrindo um pouco mais de mim. Acho que viver é isso né...você descobrir sempre um pouco mais, a cada dia, sobre mim mesma, assim vou descobrindo como sou especial, assim como todo filho de Deus também é. Grande abraço da Fran.

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