Pode parecer um absurdo essa
pergunta, mas não é.
Será que nós estamos nos amando?
Eu, imediatamente, digo que nós somos as pessoas que mais nos amamos no mundo,
mas também somos aqueles que, por amor a nós, nos colocamos em posições
terríveis de submissão, de autopunição, de descrédito pessoal ou de não
merecermos o amor do outro.
Isso parece um disparate para
vocês? Mas, não é. Pelo imenso amor que sentimos por nós mesmos, criamos
crenças no decorrer de nossas vidas que, para sermos felizes, precisaremos
estar abaixo de nossos amores; estar dedicados cem por cento ao outro mesmo que
nos sacrificando a saúde, nosso bem estar, nossa liberdade; estar presos a
sentimentos de sofrimento agudo pela dor alheia...
Enquanto acreditarmos que a
fórmula de nossa felicidade está, por exemplo, somente na felicidade do outro
que nos retorna com a sua gratidão, estaremos, por amor a nós mesmos, agindo em
favor dele. Esse processo somente começa a ser mudado em nós, quando flagramos
que esse método está sendo extremamente prejudicial para nós... normalmente,
quando esta pessoa não nos retribui com a gratidão almejada, então, começamos a
questionar, consciente ou inconscientemente, se devemos continuar neste padrão
de ação. Infelizmente, para nós, isso leva tempo.
Se agimos contra nós para que
recebamos a nosso favor, como podemos mudar isso? Ezequiel, em seu livro “Nem tudo é Carma, mas tudo é escolha”, nos ensina sobre o que ele chama de
“pensamentos reflexos”:
“Mas, o que
são os pensamentos reflexos? São os primeiros pensamentos que temos após
vivenciar uma situação ou acontecimento corriqueiro da vida. Vejamos: você está
dirigindo o seu carro e é fechado por outro motorista que está muito apressado.
Qual é o primeiro pensamento que chega a você? Esse é o pensamento reflexo,
aquele que o revela por inteiro.” (Ed Dufaux, p. 497)
Então, para que percebamos o que
precisa ser mudado, aprimorado em nós, precisamos estar atentos a estes
pensamentos que expressamos naturalmente, sem máscaras. Após eles terem se
manifestado, usamos de outros tantos pensamentos para nos corrigirmos (ou não)
diante de nossos aprendizados adquiridos, mas ainda não absorvidos.
Se nós, após uma atitude
“ingrata” de alguém, nos magoamos, então, já podemos começar a trabalhar o novo
prisma de ações perante o outro. Não posso agir com o outro querendo
retribuição. Se faço isso, é uma forma de amor “transverso” por mim! A verdade é que, como estamos dependendo
sempre do outro para sermos felizes, estamos criando armadilhas para a nossa
felicidade. Armadilhas perigosas, doloridas.
Amemo-nos sem vínculos, sem
condições, sem armadilhas. Amemo-nos com a certeza de que o nosso autoamor está
por nós integralmente. Todo o restante de nossas ações pelo outro está
vinculado a ideia cristã de “amarmos ao próximo como nós nos amamos”. E o
interessante é que, se estamos amando mais profundamente a nós mesmos, amaremos
muito mais profundamente ao outro, porque o nosso autoamor estará pleno de
certezas e felicidades. Então, ele deixará de ser dolorido.
Confiem em si mesmos e tentem: a
cada pensamento reflexo o seu melhor querer.
"Amemo-nos sem vínculos, sem condições, sem armadilhas."
ResponderExcluirPreciso refletir sobre isso todos os dias da minha vida. Obrigado por essa oportunidade. Abraços.
Que bom que o nosso texto o ajudou e ainda o ajudará a pensar sobre você mesmo. Abraços fraternos.
ResponderExcluirAo terminar de ler o texto pensei logo em dizer, obrigado!
ResponderExcluirMeu pensamento reflexo foi autoestima.
Penso em voltar com outros comentários.
Olá, Unkonwn!
ResponderExcluirQue legal você ter tido essa reação. Não pelo agradecimento a mim, mas por ter conseguido aplicar cada palavra ao seu próprio ser.
Espero fazer outros tantos textos que levem você e a todos que leem a vontade de comentá-los.
Abraços.