Por dentro do jogo da vida


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Engraçado como a vida funciona! A gente se prepara para tantas coisas, mas as coisas nem sempre acontecem como a gente quer e, mesmo preparados para o que não queremos viver, quando chega o momento crucial de vivenciá-las, nos sentimos desamparados diante da quebra de nossas esperanças.
Tive a oportunidade de assistir um campeonato de jogos escolares e percebi que, mesmo sendo “do jogo” perder, não houve quem aceitasse, imediatamente, a derrota. Choro, desolação, culpas e arrependimentos... foi o que eu vi entre aqueles que não ganharam as suas partidas. Suas esperanças se foram e o momento do enfrentamento de si mesmos se fez presente, o que não aconteceu com os vencedores!
Felizmente, como em qualquer jogo, também vi união. Vi times inteiros se unindo para um consolo coletivo e individual. Vi jogadores desolados indo abraçar outros e dizendo aquilo que, certamente, também gostariam de ouvir. Vi solidariedade entre os times e o início de belas amizades entre aqueles que somente eram adversários em campo.
Como o esporte ensina! E ensina muito a todo mundo que quiser aprender!
Precisamos aplicar na vida aquilo que o esporte tem como premissa, mas nós, que crescemos, nos esquecemos... a confraternização sem interesse, a solidariedade entre vencedores e vencidos, porque a batalha é só lá dentro das quadras. Fora dali, somos apenas seres humanos em uma escola da vida.
Todos os dias, acordamos sem nos dar conta que a cada dia estamos entrando em mais um jogo, um jogo de aprendizado e de crescimento. Um jogo que faz parte de nosso dia a dia e que nos faz aprimorar a nossa capacidade de nos solidarizarmos com as dificuldades alheias, porque também as temos; um jogo que nos faz aprimorar a nossa capacidade para superarmos as derrotas, porque elas são somente instrumentos que nos dão maturidade para atingirmos patamares mais altos de compreensão sobre nós mesmos. Um jogo que sempre está a nos dizer que não existem derrotados, mas sim que devemos nos esforçar para participar das “jogadas” de superação a cada partida.
Ora, nenhum time consegue vencer todos os jogos todo o tempo. Antes dele ser quem é, precisou “perder” de alguém para se aprimorar e com isso “ganhar” as experiências que o fez ser um time vencedor. Ele precisou de adversários com experiências diferentes para que fosse exigido dele um aprimoramento de suas próprias qualidades.
Assim é a vida agindo sobre nós! Ela nos coloca frente a adversários competentes para nos ajudar no nosso amadurecimento. E, quando estivermos prontos, ela nos colocará frente a outros para podermos ser os adversários competentes que os auxiliarão a agir pela sua própria superação.
Para tanto, entendamos o nosso papel na vida do outro, porque as nossas escolhas e posturas servirão de exemplo para levá-lo a futuras vitórias ou a amargas derrotas. Não podemos nos iludir: para as primeiras, o louro da vitória também nos abraçará, somando-se aos nossos tesouros espirituais conquistados. Para as segundas, no entanto, o fel será o gosto que sentiremos se a nossa intenção não foi fraterna, porque o juiz desta partida (nossa consciência) não nos perdoará facilmente.
Enquanto não abandonarmos as viseiras que nos restringem a visão sobre o que é viver, jamais seremos verdadeiramente gratos a Deus pelas boas ou não tão boas experiências que nos elevam a condição de vencedores e filhos Dele na sua mais pura essência.
Determinação, superação, honestidade, fraternidade, solidariedade... qualidades inerentes àqueles que sabem bem jogar o jogo da vida!

Sejamos eles, então!

12 comentários :

  1. Belo texto. Temos que entender que a derrota tb faz parte do processo.

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    1. Sim, Marcelo, e que a derrota nada mais é do uma nova experiência para superarmo-nos a cada dia. Abraços fraternos.

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  2. Crônica excelente Adriana, sintetiza o verdadeiro espírito do homem! Parabéns!

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    1. Obrigada Sérgio e que outras reflexões possam nos mostrar a cada dia quem estamos a cada experiência. Um bom domingo.

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  3. Seu texto me fez lembrar do que ocorreu comigo há um mês: me preparei tanto (corpo e mente)para o parto normal e quando chegou no dia a notícia de que não poderia ser da forma que escolhi me deixou com um sentimento de derrota inicialmente. E detalhe que a notícia (de que não poderia seguir com a minha escolha inicial) veio depois de uma tentativa de 18 horas.Neste instante não aguentei e chorei (como se tudo que tivesse passado tinha sido em vão), mas, com o apoio de familiares que estavam lá e da espiritualidade amiga reagi, logo em seguida (questão de minutos), aceitando a escolha imposta, mas, que naquele momento eu tinha que ver aquela escolha (cesárea) como "minha", como se eu tivesse tomado posse naquela hora de um novo caminho que deveria trilhar e estar bem e ainda aproveitar algum ensinamento que tive com a escolha inicial para aplicar nesta nova.E hoje lendo o seu texto reflito que se não tivesse agido desta forma (assumindo um novo caminho) talvez não teria aproveitado um momento tão feliz. No jogo da vida temos que estar preparados para trilhar novos caminhos, não deixando o sentimento de derrota e/ou revolta se instalar. Grande beijo. Franciane Lima

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    1. Olá Fran! Que bom que, até em momentos difíceis, você está aberta a compreender-se no contexto das experiências. Que bom que você conseguiu aplicar em sua vida prática as teorias que nos são tão obvias, mas que colocá-las em prática, nem sempre é fácil. Parabéns e continuem sempre assim... crescendo! Abraços fraternos.

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  4. Muito bom o texto. Muitas vezes estamos tão preocupados com a vitória que esquecemos de outros valores como determinação, fraternidade, honestidade, solidariedade, ou seja, tudo aquele que traz o verdadeiro espírito da coisa. A vitórias ficarão aqui, levaremos conosco o que somos. Essa é uma boa reflexão para mudarmos a forma de encarar a vida. Obrigado.

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    1. Sou eu que agradeço sempre as suas palavras que nos fazem refletir sempre um pouquinho mais. Abraços fraternos, meu amigo!

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  5. Muito bom o texto. Cresci participando de competições esportivas e como relatado no texto aconteceram vitórias e derrotas porém o mais gostoso era estar ali participando, vivenciando com os amigos, de time e adversários.
    Entendo que cada ambiente em nosso dia a dia, família, trabalho, lazer e etc. jogamos o jogo da vida, alternando entre aprender (muito mais) e ensinar( por quê não) procurando sempre alinhar nossos valores internos, já conquistados, com os valores universais de solidariedade e fraternidade.

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    1. Muito bom, meu (minha) amigo (a), pelas suas belas palavras! Que jamais esqueçamos destes valores que somente nos auxiliam a crescer e nos fazendo aptos a não nos omitirmos em ajudar quem quiser o nosso auxílio. Abraços fraternos.

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  6. Oi Adriana, você poderia me enviar o seu e-mail para pefurtado84@gmail.com? Gostaria de conversar com você sobre um de seus livros e minhas ideias. Obrigado desde já.

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    1. Olá Pedro! Já lhe enviei uma mensagem. Espero poder ajudá-lo de alguma forma. =)

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