Eu estou mãe, filha, esposa,
irmã, sobrinha, nora, cunhada e outros, e ainda participo, juntamente com
amigos espirituais queridos, do trabalho mediúnico na casa espírita que frequento e na elaboração de livros que trazem consolo e paz. Dizem
que isso é ser escritora.
Eu me vejo como uma pessoa de
temperamento forte, rigorosa nos meus objetivos, organizada, uma boa amiga (mas
isso só os amigos podem afirmar - risos). Me descrevo como uma pessoa meiga,
carinhosa e honesta.
Sou uma pessoa otimista e vejo o
mundo com os olhos de quem acredita na existência do bem. Não quero enxergar no
outro uma ação maldosa que ele ainda não tenha me mostrado. Prefiro a decepção
do que a ansiedade de encontrar algo que me desagrade no próximo.
Tenho muito sede do Saber. Mas,
esse Saber é bastante diversificado. Quero muito aprender “coisas”. Sempre
gostei de observar as pessoas fazendo as suas atividades, como consertar um
aparelho, instalar um equipamento, trocar uma lâmpada... Mas, a minha sede de
aprender, hoje, está muito voltada para encontrar os instrumentos que me
ajudarão a lapidar todos aqueles resquícios de imperfeição que enxergo em mim
todos os dias.
Por isso, trabalho com todo o meu
coração nas atividades mediúnicas e sociais que realizamos, para colocar, na
prática, o que escuto a cada dia do meu viver.
2 – Fale sobre a fraternidade que
você fundou.
Ah! A Fraternidade é o meu
segundo lar. É onde me vejo como aprendiz, como professora, como amiga, como
auxiliadora, como cristã! Fundamos a Fraternidade no ano de 1998, porque o
grupo espiritual que nos assistia nos convidou para abraçarmos uma tarefa de
auxílio e amparo com parâmetros um pouquinho diferenciados dos que existiam até
então. Que não seríamos os únicos, mas que não haveria na nossa cidade de Vitória,
no Espírito Santo, uma Instituição que nos abrigaria com aquela proposta. Neste
ano, fazemos dezessete anos de muito trabalho, dedicação e amor a todos que nos
visitam, sejam os da carne, sejam os do mundo maior, e a cada dia parece que
mais e mais temos de aprender para continuarmos nos doando. Trabalhamos com muito
empenho e é com alegria que desejamos aprender.
3 – Quem foi Ezequiel?
Ezequiel não foi, ele é (risos).
Ele é um amigo querido que sofre um bocado comigo, porque por mais que eu tente
me organizar para atendê-lo, inúmeras vezes, o deixo esperando devido a mil
compromissos que tenho. Ele é um trabalhador da Seara Cristã que continua na
ativa auxiliando a muitos.
Acho que a melhor pessoa para
descrevê-lo é o Thomas, meu mentor. Quando ele me apresentou Ezequiel, ele me
disse:
“Ezequiel é um
espírito que a todo instante nos dá lições sobre o que é trabalhar na Seara de
Jesus. Sempre alegre em seus afazeres, dedica-se de coração a todos os irmãos
que necessitam de uma palavra amiga e de um carinho especial. Ele se dirige às
zonas de sofrimento para minimizar as dores alheias, transmitindo aos
necessitados toda a sua compreensão, para que o destino desses irmãos que
sofrem sejam os leitos de auxílio dos Prontos Socorros Espirituais. Jamais se
permite esmorecer diante das dificuldades impostas pelos irmãos em sofrimento:
com amor no coração, os orienta e consola para que enxerguem os seus equívocos
e abandonem a dor exacerbada, voltando-se a Jesus. Ezequiel é um exemplo para
todos nós que com ele convivem. Se faz Obreiro do "Cordeiro" a todo
momento e nos dá a certeza de que, com amor e zelo, poderemos enfrentar todas
as dores sem perder a alegria no viver.”
E ele é isso tudo mesmo! No ano
de 1998, fomos “apresentados” e, a partir daí, muitos foram os aprendizados.
4 - Como e quando conheceu o
espiritismo?
Bem, eu nasci em uma família
católica e espírita. Até mais além dos meus dezessete anos, frequentei o
catolicismo indo à missa todos os domingos e respeitando os seus preceitos. O
problema, se eu posso dizer que é um problema, é que existia algo dentro de mim
que dizia que eu não poderia continuar seguindo somente aquele caminho, pois
outros projetos eu precisava abraçar.
Quando eu tinha dezessete anos,
eu fui visitar um centro espírita e, quando lá cheguei, tive a certeza que
deveria continuar nele. Senti a presença de alguns de meus amigos espirituais e
continuei ali até o ano de 1996, mais ou menos.
Ali aprendi tantas coisas sobre
humildade, sobre trabalho perseverante, sobre a pessoa que eu era e que poderia
me transformar... foram tantas coisas e tantos amigos. Mas, a vida me afastou
daquela escola, para me conduzir a uma outra tão maravilhosa quanto. E estou
nela desde então.
5 – Como foi seu primeiro contato
com a mediunidade?
A gente sempre escuta no meio
espírita o preceito: “Se você não vem pelo amor, vem pela dor”. Naquele momento, eu tinha certeza que
eu teria ido pelo amor. Como eu disse, minha família também era espírita e eu
somente senti que tinha chegado a hora, que eu podia trabalhar mediunicamente,
tendo a vontade sincera de ajudar e ser útil a quem precisava. Mas, após estar
na tarefa, percebi também que a dor se fazia presente quando eu a abracei,
porque se houve consolo em meu coração, então, a dor se fazia presente em mim e eu nem percebia.
6 – Como é o processo de
psicografia de um livro?
Eu não tenho a menor ideia!! Acho
que o jeito que Ezequiel e eu fazemos não deve ser o procedimento padrão
(risos). Eu comecei a treinar a psicografia no ano de 1997/1998, tendo os
espíritos amigos como professores nesta jornada. Neste período, eu estava
desvinculada de uma “Casa Espírita” porque já tinha saído da primeira e não
tinha achado ainda o meu ninho. Como eu não queria parar de estudar, eu e um
grupo pequeno de amigos, todos futuros fundadores da Fraternidade, realizávamos
reuniões de estudo na casa de Dona Hebe, uma preciosa amiga, que hoje já está
desencarnada. Nessas reuniões, começamos a ter orientação sobre como
psicografar. Somente quando abrimos a Fraternidade (Fratê, para os íntimos),
que Ezequiel me fez a proposta de psicografar livros. Então, eu psicografava
somente na Fraternidade com hora marcada. Hoje, eu já tenho autorização dos
coordenadores espirituais para psicografar em casa. Lá, eu tenho o meu
cantinho onde eu e os que me acompanham fazemos a “mágica” de colocar no papel
ideias tão consoladoras.
7 – Até agora quantos livros escreveu?
A primeira obra psicografada de
Ezequiel foi um romance intitulado “Onde Tudo Começou”. Este foi o livro que
ele se propôs a escrever comigo no ano de 1998. Começamos tateando. Ele me
treinando, eu tentando entender como ele pensava e criava os capítulos. Eu advogava
nesse período e meus horários eram mais desorganizados do que hoje, por isso, somente
conseguimos terminá-lo após três anos, quando ele deu por terminada a obra. A
parte interessante desta “novela” foi que esse livro quase foi perdido. Eu achei que tinha tomado todas as medidas para salvaguardá-lo: imprimi, guardei em um disquete e no computador o arquivo, mas, as coisas não acontecem como a gente quer: o arquivo
impresso foi perdido por uma amiga, o disquete e a placa mãe do computador,
onde o havia gravado, indicavam, mensagens de corrompido e necessária
formatação, respectivamente. Foi muito frustrante. Nos dois anos seguintes,
tentei de tudo para recuperar o livro, mas não consegui nada. Pensei que não
era para ser, que aquela obra seria só para um treinamento, mas eu, no fundo,
não acreditava nisso. Fiquei praticamente cinco anos lembrando de vez em quando
daquela obra perdida e perguntando ao Ezequiel se ele a iria escrever
novamente. Enquanto isso, fui psicografando outros livros, fomos participando
de palestras...
Somente, no final do ano de 2010,
quando, eu estava fazendo uma limpeza profunda nas minhas gavetas e caixas em
meu lar, me deparei com um CD de backups. Alguma coisa me dizia que o livro
estava ali. Não me pergunte porquê, mas eu sabia que estava ali... e estava!
Quase chorei. Eu fiquei profundamente emocionada. Parecia que o filho pródigo
estava voltando ao lar (risos).
Depois, no ano de 2014, comecei a psicografar o segundo livro. Este já era um pouco diferente do primeiro. Ezequiel deu um enfoque mais profundo, provocando muita emoção e lágrimas ao lermos sua obra. Esse foi entitulado "Perdão, a chave para a liberdade". Quando eu tive a oportunidade de enviar para a Editora Dufaux uma obra dele, foi esta que eu escolhi como cartão de visitas deste autor espiritual.
Depois, no ano de 2014, comecei a psicografar o segundo livro. Este já era um pouco diferente do primeiro. Ezequiel deu um enfoque mais profundo, provocando muita emoção e lágrimas ao lermos sua obra. Esse foi entitulado "Perdão, a chave para a liberdade". Quando eu tive a oportunidade de enviar para a Editora Dufaux uma obra dele, foi esta que eu escolhi como cartão de visitas deste autor espiritual.
8 – Qual a proposta de Ezequiel no
livro “Perdão, a chave para a liberdade”?
Eu acredito que a proposta dele
sempre foi e sempre será levar o consolo aos irmãos que necessitam de uma
palavra amiga. Ele sempre demonstrou o tamanho de seu coração quando trazia em
palavras os seus sentimentos de amparo.
Aos meus olhos, neste livro, ele
tenta nos ensinar a ideia de que nós estamos todos interligados e que, apesar
de ficarmos um pouco afastados durante um tempo, estamos sempre juntos, estejamos
aonde estivermos, porque o amor nos une.
Somos nós que nos escravizamos a
preceitos que estão na contramão da Bondade Divina; somos nós que acreditamos
que “perdemos” um ente querido, quando ele não pode ser perdido, porque jamais
nos pertenceu. O que nos une e que nos dá a sensação de propriedade é o amor e
este jamais se esgotará.
Entendo, portanto, que Ezequiel
tentou, nesta obra, nos mostrar que a vida segue um curso inteligente, que nós
não estamos desamparados e que sempre haverá aquele que nos ama e estará a
rogar por nós diante de nossa ignorância.
O perdão é o ponto máximo da
história, porque, por estarmos sempre caminhando e errando, caminhando e
acertando, acreditamos ainda que seremos punidos pela Vida pelos nossos erros.
Assim, quando somos contrariados pela Vida, quando estamos diante de situações
adversas, sentimos a punição sendo aplicada e isso nos tira a paz. Qual é o
filho que quer ficar “mal” com o seu pai? Imagina nós acreditarmos que estamos
aborrecendo o nosso Pai Maior!
Apesar de todos os nossos
equívocos, Ele ainda nos ama com todo o Seu esplendor. Se aplicarmos o autoperdão,
nos libertaremos das amarras que nos impedem o caminhar mais lúcido e que nos
dá a sensação de dever cumprido.
9 – Qual sua parte preferida do
livro?
Tem como você dizer o que você
prefere nos seus filhos? Tudo o que eles são e estão é o que preferimos. Eu
adoro o livro do começo ao fim. Mas, já que é para dizer um ponto, eu me
encantei com a parte que vejo um irmão seguindo um caminho tortuoso e, pela
bondade dos corações que o amam, ele é ajudado para retomar a sua vida para o
bem.
Eu acredito que todos temos
inúmeras chances de nos redimirmos. Eu acredito que quando saímos do caminho, o
fazemos por não termos ainda a noção do que é o melhor para nós. Por não
sabermos, tentamos vários percursos para atingirmos o que nos parece melhor.
Por isso menciono essa parte, porque
ela me dá a certeza que eu posso errar, que eu posso tentar acertar a cada
minuto do meu viver, porque terei sempre a chance de me reencontrar lá na
frente. Consequências virão? Sim! Mas, até elas estarão na proporção de meu
entendimento. Saber disso, me traz paz!
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